Santa Casa da Misericórdia da Covilhã
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504º Aniversário da Misericórdia da Covilhã e Renovação de Compromisso
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A Misericórdia é uma Instituição de Solidariedade Social XXVI
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Brueghel - Obras de Misericórdi
Igreja da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã
Igreja de misericórdia de planimetria maneirista, mas é de construção tardo-barroca, datada de 1745 / 1755, da responsabilidade do pedreiro Fernando José e do carpinteiro Agostinho de Almeida, estando bem documentada, nomeadamente a feitura da fachada principal, do portal, uma das Virtudes e brasão. A igreja foi reconstruída na década de 40 do séc. 20, mas seguindo o gosto barroco e a tipologia arquitectónica comum das igrejas de misericórdia. É composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, interiormente com tectos de madeira, de perfil curvo, e iluminação lateral e axial, tendo adossada à fachada lateral esquerda torre sineira e corpo rectangular. Fachadas terminadas em friso e cornija, a nave com pilastras toscanas coroadas por fogaréus, a principal terminada em frontão triangular e rasgada por eixo de vãos de modinatura barroca; este é composto por portal, de moldura recortada, suportando frontão interrompido, encimado por imaginária alegórica, janela de varandim, com fragmentos de frontão invertido, brasão real e nicho curvo contendo imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, já no tímpano. Ao que parece, a frontaria não foi alterada na reconstrução, tem os vãos dispostos num eixo central, com alguma profusão decorativa tardo-barroca, de influência Nasoniana, e com iconografia usual nas Misericórdias: a representação das Virtudes Teologais, da Virgem da Misericórdia e brasão. Fachadas laterais rasgadas por porta travessa barroca, semelhantes, de verga recta e moldura recortada, encimado por frontão interrompido. No entanto, o da lateral direita deve ter tido alguma reforma no remate na década de 1940, quando se reconstruiu quase toda a fachada e se abriram os vãos; o da fachada oposta, onde existia varanda alpendrada, foi, na mesma altura, enriquecido com a colocação de pilastras laterais, janela de sacada e relevo com representação da Visitação, num esquema revivalista maneirista. A torre sineira deve ter sido construída no séc. 17, pois no ano económico de 1758 / 1759 recebeu obras por ameaçar ruína; no princípio do séc. 20 só tinha corpo de um registo, com pequena sineira lateral, tendo recebido o remate e o registo das sineiras na década de 1940, depois de elaborado mais de um projecto. nelado central alusivo ao orago, possuem os elementos fitomórficos típicos de seiscentos. Do antigo arcaz da sacristia, executado em Lisboa por avultada quantia, nada existe. No interior, possui silhar de azulejos revivalistas maneiristas, de padrão 4x4, coro-alto de madeira sobre colunas toscanas, no lado do Evangelho tribuna dos mesários em cantaria, sobre mísulas e balaustrada de madeira, acedida pela sala do despacho, e, no lado da Epístola, púlpito neobarroco, com bacia de cantaria sobre mísula e balaustrada de madeira; arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras almofadadas ladeado por dois retábulos colaterais em talha a branco, de planta recta e corpo côncavo, neobarrocos. A inexistência de fotografias interiores antes da reforma do séc. 20 e o facto de muito do património integrado ser revivalista, dificulta a avaliação de alguns elementos. É o caso dos retábulos, em talha a branco, em revivalismo neobarroco de características nacionais, mas integrando alguns elementos antigos, sobretudo o retábulo-mor, que conserva no pavimento da tribuna painel pintado a folha de ouro. O antigo retábulo foi executado na década de 1690, pelos entalhadores André Dias e Valério Aires, de Tortosendo, e o pintor Manuel Pereira de Brito dourou-o e pintou o tecto da capela-mor. O amplo nicho sob a tribuna do retábulo-mor para albergar as imagens do Calvário, constitui uma solução iconográfica pouco comum nas Misericóridas, mas ele está datado desde o séc. 17. Os retábulos colaterais e o púlpito foram executados, em meados de 1700, pelo entalhador António José do Largo, mas os modernos foram encomendados ao entalhador Manuel de Sousa Abrantes. A capela-mor apresenta as paredes com silhar de cantaria, almofadado e apainelados de talha a branco neobarrocos, no do lado do Evangelho integrando telas pintadas e no oposto os vãos. Também estes painéis e as telas laterais da capela-mor são difíceis de datar, já que, segundo Vítor Serrão, os mesmos foram pintados por Manuel Pereira de Brito, em 1718, mas a documentação da Misericórdia revela a compra de linho para os mesmos painéis e pintura do tecto da capela-mor em 1734 / 1735 e avultados pagamentos ao pintor José Botelho para os pintar. A tribuna dos mesários data da reforma do séc. 20, no entanto a igreja sempre teve tribuna, a do séc. 18 executada pelo entalhador João Alves e com cadeiral dourado. Os tectos da igreja foram executados aquando da reconstrução, mas procuram reproduzir o gosto setecentista; os da nave apesar de terem estrutura revivalista tardo-barroca, com apainelado central alusivo ao orago, possuem os elementos fitomórficos típicos de seiscentos. Do antigo arcaz da sacristia, executado em Lisboa por avultada quantia, nada existe. O Compromisso da Misericórdia da Covilhã datado de 1680 atribui a fundação da Confraria a 27 Junho de 1577, no entanto a sua existência está documentalmente comprovada já na primeira metade do séc. 16, desde 1512, desconhecendo-se contudo a data exacta da sua instituição. É possível ter substituído a Confraria medieval de Nossa Senhora da Alâmpada, com hospital e capela própria, existente em 1213, e de cujos rendimentos passou a usufruir após a sua extinção.
in http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2507
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