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Memórias da Covilhã

Memórias da Covilhã

Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes

12.10.16, Memórias

 Post  dedicado a todos os Combatentes   

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Medalha de Mérito Prata da Cidade atribuída pela Câmara Municipal da Covilhã ao Núcleo da Liga dos Combatentes da Covilhã

 

14.10.2016 - O Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes está a comemorar neste ano de 2016 o seu 90º aniversário. A Câmara Municipal da Covilhã decidiu atribuir ao Núcleo da Liga dos Combatentes a Medalha de Mérito Prata da Cidade. Esta honrosa distinção será entregue em cerimónia solene, nos Paços do Concelho no próximo dia 20 de Outubro, dia da Cidade e feriado Municipal.

 

O presidente da Liga dos Combatentes, General Chito Rodrigues, em seu nome pessoal e de todos os membros da Liga dos Combatentes felicita o Núcleo da Covilhã, na pessoa do seu presidente João Azevedo, pelo trabalho desenvolvido na sua área de responsabilidade e pelo reco
 

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nhecimento público da ação que vem desenvolvendo, em proveito dos Combatentes e suas famílias.

Corpo Expedicionário Português - CEP - Desfile da Vitória

 Prisioneiros de Guerra Portugueses

CEP mortos: 1992 ; feridos: 5354 ; desaparecidos: 199 ; incapazes 7380 ; prisioneiros: 7000 (233 falecidos no cativeiro, 6767 devolvidos pela Alemanha); Total 21825.
(mais 5 mortos e 5 feridos no CAPI).

Clique na imagem abaixo

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Imagem extraída do jornal "O Combatente da Estrela", n.º 88 Abr a Jun 2011, do Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes

 

Portugal na 1ª Guerra Mundial - clique na imagem abaixo

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Portugueses nas trincheiras perto de Neuve Chapelle, 25 de junho de 1917

Mortos na Guerra do Ultramar Concelho da Covilhã - clique na imagem em baixo

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HISTORIAL

O Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes foi fundado no ano de 1926, tendo como primeiro presidente o Capitão Victoriano Cruz Nazarett, na época, militar de carreira no Regimento de Infantaria 21, nesta cidade da Covilhã.
Após uma vasta odisseia de vida difícil estabiliza em 1980 com Corpos Sociais que se vão sucedendo e credibilizando a Instituição no meio covilhanense e nacional, e tem demonstrado, possuir meios humanos que o têm tornado cimeiro na capacidade de desenvolver iniciativas para bem dos associados e segundo a vocação solidária da Liga dos Combatentes. Sem ostracizar ou minimizar qualquer outra das actividades projectadas, de índole cultural, desportiva ou recreativa, devem destacar-se dois projectos que, pela importância e impacto a que conduzem, não deixam de interessar os associados do Núcleo.
O primeiro, o projecto da construção da Sede Social/Centro de Dia, ideia que se defendeu e amadureceu perante o fenómeno do envelhecimento dos combatentes (ainda de espírito jovem!), facto que faz com que os idosos ganhem cada vez maior importância na realidade social, o que suscita progressiva atenção por parte das instituições e dos políticos.
É dever do Núcleo lutar contra adversidades, congregar sinergias que permitam intensificar actividades, proporcionar a abertura a outras formas complementares de lazer e cultura, em suma colaborar para um envelhecimento saudável, onde não falte a medicina preventiva, curativa e de reabilitação, apoiada em serviços de gerontologia, geriatria e fisioterapia. Acreditamos que a sede vai ser uma realidade e estamos convictos que tal melhoramento social, configurado num refúgio de lazer portador da modernização de serviços, resultará num significativo benefício para a qualidade de vida que se deseja e que os associados possam usufruir proximamente. A exequibilidade do projecto ficará a dever-se, sem dúvida, à cooperação conjunta da Câmara Municipal da Covilhã e da Direcção Central da Liga dos Combatentes, mas também à condução do projecto por parte do Núcleo.
A segunda iniciativa está consubstanciada n?O Combatente da Estrela. É efectivamente um meio muito válido para a fidelidade dos sócios ao Núcleo. Este jornal é de particular importância conquanto pode contribuir não só para a difusão de notícias, mas também da cultura nos variados domínios do saber, bem como do lazer, aqui incluindo o turismo sénior.
Ao perspectivar a possibilidade de colaboração de jovens alunos e licenciados em Ciências da Comunicação, curso ministrado pela Universidade da Beira Interior, a Direcção está a dar um passo decisivo para a continuação deste periódico, usufruindo do espírito jovial, do dinamismo e dos conhecimentos destes novos colaboradores que enriquecerão o conteúdo do jornal. Simultaneamente, permitir-se-á que estes jovens se iniciem na difícil arte que é a de ser jornalista, abordando temas que, em qualquer caso, devem exprimir valores éticos, de entre-ajuda e aproximação altruísta, vertentes próprias da Liga dos Combatentes.
A vitalidade do Núcleo é um facto insofismável. A credibilidade adquirida junto das instâncias locais e nacionais permitem dizer que estamos perante um dos maiores núcleos que compõem o extenso grupo de Núcleos da Liga dos Combatentes no todo nacional, contando com um efectivo real de um milhar de sócios. Conta com Corpos Sociais devidamente enquadrados nas diversas actividades, procurando que todos os associados participem de forma activa nas suas actividades.
No Plano Cultural o destaque, para lá do já citado órgão informativo, O Combatente da Estrela, a Secção de Coleccionismo é a digna representante do coleccionismo covilhanense e região, promovendo no calendário nacional, anualmente, a Feira de Trocas da Covilhã.
Algumas Exposições e actos culturais, normalmente na data comemorativa do sua fundação, Fev/Março de cada ano, sobressaindo a Exposição Afro-Asiática no 5º Centenário de Pêro da Covilhã em 1987, que mereceu cunhagem de Medalha alusiva. Outras exposições e mostras se seguiram.
A pequena Biblioteca possui obras de grande valor, merecendo a constante consulta dos seus associados e outros interessados.
No Plano Desportivo há já vários anos que possui uma Classe de Ginástica de Manutenção, em crescendo no seu número de integrantes, tal como sucede com o Futsal. Uma palavra especial para o Torneio de Malha disputado anualmente e que designa por Torneio João Quelhas, em memória do sócio impulsionador da tradicional modalidade.
As exíguas instalações não são adequadas a toda e tanta actividade. O merecimento do trabalho e labor que o Núcleo desenvolve leva ao constante apoio quer da Câmara Municipal, quer das Juntas de Freguesia locais, com destaque para São Martinho, Conceição e Santa Maria, e ainda, do Governo Civil de Castelo Branco e entidades privadas, como é o caso do Intermarché da Covilhã, com um protocolo especial para os associados.
O Talhão dos Combatentes sofreu obras de fundo com o apoio da Câmara Municipal, o mesmo sucedendo no Fundão, servindo de modelo para aplicação noutros Núcleos. A eficiência do Talhão da Covilhã será aplicada no Talhão do Fundão logo que assinado o protocolo em estudo.
Em 1999 procedeu à inauguração, com pompa e circunstância de um Monumentos aos Combatentes do Ultramar, com projecto do Arquitecto Rodolfo Passaport, apoio da Câmara e presença do Senhor General Morais Barroco.
Também no Tortosendo foi construído um Monumento com a mesma finalidade, com o apoio da Junta de Freguesia, desenho e projecto do Arquitecto Paulo Piedade e na inauguração entre muitas individualidades esteve o General Júlio Oliveira.
Uma outra actividade tem merecido algum relevo ? a organização de passeios com cariz cultural ? Santiago de Compostela, Fátima, Douro, Cidade Rodrigo, Gerês e outras.
Na verdade o Núcleo está de boa saúde e só falta completar o sonho de construir a sua nova Sede Social, onde integrará um Centro de Dia e Lar.

in, Câmara Municipal da Covilhã

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A Covilhã na Primeira Guerra Mundial

De entre os acontecimentos que marcaram vincadamente a curta e agitada vida da Primeira República sobressai a participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial.

A afirmação do novo regime, as velhas alianças internacionais, a manutenção do império colonial, o posicionamento no Atlântico são alguns dos factores que levaram as tropas portuguesas a entrar no conflito.

A garra dos portugueses ficou bem assinalada nas trincheiras de França, onde as tropas lusas tiveram a sua intervenção num corpo de artilharia pesada.

Na Flandres Francesa foi valorosa a resistência portuguesa na batalha de La Lys assinalada no padrão de Portugal erguido En La Couture.

Também da Covilhã partiram tropas com destino à Flandres, o já então centenário Regimento de Infantaria 21, carregando com orgulho o peso de antigas vitórias, saiu da cidade da lã e da neve decidido a vencer.

A maior aventura destes soldados serranos ocorreu no “bosque misterioso”, a Ferme du bois, onde as tropas aliadas nada mais haviam conseguido do que derrotas.

No dia 9 de Março de 1918, o Capitão Ribeiro de Carvalho, comandante da 1ª companhia organizou umraid às fileiras alemãs. O comandante contava ainda com a ajuda dos alferes Henrique Augusto e Alípio Gonzaga. Pela calada da noite os serranos saíram das trincheiras e rastejaram até ao temido bosque, semearam a morte entre o inimigo e fizeram inúmeros prisioneiros de guerra. Os alemães foram obrigados a retirar perante a ousadia covilhanense, mas nem tudo foram facilidades, surgido do inesperado um alemão desferiu um certeiro golpe de baioneta no peito de alferes Gonzaga. Desfalecido, mas num supremo arranque de coragem, o alferes abateu o inimigo utilizando a baioneta que o ferira. Perante tal exemplo os restantes companheiros empreenderam eles semelhante luta e conseguiram mais seis prisioneiros.

O feito valeu aos intervenientes a respectiva promoção e ao batalhão a honra de ver a bandeira condecorada com a medalha da cruz de guerra.

Mas não foram somente os autores deste raid os únicos covilhanenses a destacarem-se neste conflito. Um outro nome que durante muito tempo perdurou na memória dos covilhanenses, nem sempre pelos melhores motivos, foi o de Garri. José Antunes de Garri, de seu nome completo, era um soldado corneteiro.

O seu apurado ouvido musical permitia-lhe captar os toques do clarim alemão que posteriormente executava na perfeição. Desta forma foi possível iludir o inimigo fazendo soar o toque da retirada.

 

A faceta valeu-lhe a mais elevada condecoração militar, a Torre de Espada. Porém vítima das atrocidades da guerra química alemã, segundo uns, ou mais provavelmente vítima da indiferença dos seus conterrâneos, Garri caiu na banalidade das atitudes e na dependência do álcool que o levava a exibir-se em frente ao quartel e a exigir continências repetidas dos seus camaradas e superiores.

Acabou por ser despojado das suas insígnias e recordado apenas por troça.

Um final inglorioso para um soldado que vencera a batalha usando somente um clarim.

Muitos outros soldados covilhanenses mereciam aqui ser recordados, a Covilhã homenageou-os através do reconhecimento público manifestado em 8 de Março de 1925. Na data vários regimentos da 7ª divisão participaram nas cerimónias presididas pelo General Alves Pedrosa. Do programa constou ainda o lançamento da primeira pedra do monumento que hoje podemos encontrar no jardim público de S. Francisco. Cabe agora a cada um de nós, perpetuar a coragem destes soldados que souberam honrar o nome da sua cidade.

 in, http://www.noticiasdacovilha.pt/artigos/print.htm?idcont=784