http://pesominhaterra.blogs.sapo.pt/
MEMÓRIAS DA COVILHÃ... UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE OS TEARES DA SERRA... Os primeiros teares eram já difusos e incontáveis, para a lã que produziam os rebanhos dos Hermínios. O homem trabalhava então, tugúrio, erguido nas faldas ou no meio da serra. No Inverno, quando os zagais se retiravam, os lobos desciam também e vinham rondar, famintos, a porta fechada do homem. A solidão enchia-se dos seus uivos e a neve reflectia a sua temerosa sombra. A serra só a pé a podiam vencer, parecia incomensurável , muito maior que era, de todos os seus recantos, e seus picos brotavam superstições e lendas - histórias que contavam ao lume, a encher de terror as noites. No Verão, antes de demandar os altos da serra, ovelhas deixavam em poder dos donos, a sua capa de Inverno. Lavada, e fiada depois, a lã subia, um dia ao tear. e começava a tecelagem. O homem movia, com os pés, a tosca construção de madeira, esperando o milagre de transformar a grosseira matéria-prima em forte tecido., Pouco a pouco, foi sendo tradição no reino que os homens da Covilhã e suas redondezas eram mestres, como nenhuns outros em tecer buréis. Então, os monarcas acabaram atentando nesses tecelões dispersos por diversas terras, e com ordenações, pragmáticas, alvarás e regimentos, ora os estimulavam em seu solitário labor, ora os constrangiam com elevados impostos.
COVILHÃ UM POUCO DA SUA HISTÓRIA... A povoação foi destruída pela invasão dos árabes. D. Afonso III, rei das Astúrias, reconquistou-a, mas voltou a perdê-la, possivelmente para Carlos Magno, que foi reconquistando terras até chegar a Coimbra 1064. No século XII, a Covilhã ganhou importância como concelho dentro dos limites de doação aos Templários. D. Sancho I esteve fortemente empenhado no seu povoamento e em 1186 concede-lhe foral. No seu primeiro testamento, em 1189, o rei Povoador legou para os muros de Coruche e Covilhã, 86035 soldos e pipiões . No século XIII, a Covilhã tinha já população suficiente, para aí serem necessárias, mais de dois tabileões e merecer ser visitada pelo rei com alguma frequência desde 1198. a restauração e o alargamento das muralhas deram-se em várias alturas, destacando-se o ano de 1300, quando D. Dinis as reconstroiu abrido três portas, ao mesmo tempo que guarnecia a cidade da Guarda. Prestei serviço militar obrigatório no extinto Batalhão de caçadores nº.2, nos anos 1956/7/8. e, ainda recordo ter visto no sítio do castelo ruínas de uma dessas portas, junto à capela do Calvário, quando se subia para o Estádio Santos Pinto.
LENDA DA COVILHÃ
Da Covilhã como tendo sido fundada pelo conde D. Julião em 690, tendo-se chamado Cova Juliani, de onde teria derivado Covilhã. O Dr. Leite de Vasconcelos considera tal hipótese como pura fantasia, reputando-a e indicando que há muitas localidades e casais assim chamados nos distritos de Braga e Porto. Históricamente, o nome " Covilhã ", que deve ser a Coveliana do foral de D. Sancho I e Covillanium do vocabolário de Blutean, derivado de Covella, palavra latina a que o padre Bento Pereira dá a acepção de Deusa Juno, também designada por Celeste. Teríamos Covella = Coveliana = Covillanium = Covilhã. Assim, não seria despropositado o aparecimento da estrela no brasão covilhanense, já que Deus Juno se representa vestida azul-celeste recamado de estrelas. Não se sabendo a época em que a serra deixou de se chamar Montes Hermínios para passar a ser serra da Estrela, tudo pode ter estado ligado, segundo a interpretação do Dr. Alfredo da Cunha, em Achegar para a História da vila do Fundão.
MEMÓRIAS DA COVILHÃ -UNHAIS DA SERRA NOS ANOS 50 DO SÉCULO PASSADO.
Unhais da Serra, situada na base sudoeste da ribeira do mesmo nome, que resulta da afluência da ribeira da Estrela com a da Alforfa. Rodeada por terras de cultura, os lameiros, que, em alguns casos, raros, trepam encostas , disputando o espaço aos pinhais. O milho, o centeio, e variados produtos hortícolas contam-se entre os produtos cultivados, ainda por técnicas de mercado arcaísmo. No espaço da vila destacam-se a matriz ( talvez da segunda metade do século XVIII ), os edifícios do forno do lagar e das termas e do antigo hotel e casino que albergava os aquistas que buscavam a cura nas virtudes terapêuticas das suas nascentes termais, Fonte do Cortiço e Fonte do Banho. Os vários engenhos ao longo da ribeira de Unhais, marcas de um tempo em que a força motriz das águas constituía a energia necessária aos engenhos da indústria de lanifícios, são pontos de interesse a visitar.
MEMÓRIAS DA COVILHÃ - NA SERRA DAS ÁGUA E DO ZIMBRO... Julho de 1963
Saí da Praça do Munucípio, com uns amigos, começamos a subir ( a pé ) em direcção à serra. Parámos no miradouro da Varanda dos carqueijais e deixamos os olhos parar sobre os horizontes largos da Cova da Beira e o emaranhado das ruas da velha Covilhã, que daqui se avista em toda a sua plenitude serena e grave. Um pouco mais adiante, deixamos a imaginação voar e juntos à Pedra do Urso, gigantesco bloco granítico que a erosão caprichosamente modelou. Uns metros acima, as Penhas da Saúde, repousámos e almoçamos. Depois caminhámos até à Varanda dos Pastores e deixamos perder os olhos nesses horizontes largos e infinitos de cabeços e planuras, que se estendiam atá à linha da raia. Retomámos a estrada, fomos ao Lago Viriato,, herói mítico da resistência lusitana aos soldados de Roma, e parámos na Nave de Santo António ( aonde encontrámos o Zimbro ), visitámos a lagoa dos Cântaros e ao Vale das Candeirinhas. e, admirámos a beleza agreste do Covão dÀmetade, explorámos os leitos do Alva e da ribeira das Corgas, e deslumbramo-nos com o Vale do Zêzere, instalado na rota de um antigo glaciar.
MEMÓRIAS DA COVILHÃ
Lenda e recordar a Senhora da Boa Estrela... Mire-se na serenidade liquida e misteriosa das suas lagoas, que velhas lendas afirmam comunicar com o mar. Suba aos 1991 m do planalto da Torre. No caminho , contornados os Cântaros, visite o monumento a Nossa Senhora da Boa Estrela, num nicho escavado no cinzento agreste do granito. Aqui, o silênncio envolvente da montanha, a paz serena desta paisagem grandiosa, convidam a orar a esta Virgem protectora de pastores e rebanhos. Chegado à torre, observe o tapete natural dos mais variados tons de verde e amarelo dos musgos e liquemes que aqui crescem, essas pequenas mas importantes plantinhas que retêm a água e fixam o azoto. Deixe pairar o olhar no amarelo dourado dos narcisos silvestres, se a visitar na Primavera. Se vier no Inverno, não esqueça os esquis, e divirta-se nas pistas da Torre, respirando o ar puro, deixando-se envolver pela brancura da neve.
MEMÓRIAS DA COVILHÃ CIDADE SERRANA.
Alguns pontos de interesse histórico, a Covilhã, deve o seu primeiro foral a D. Sancho I, em 1186, foi doada por D. João II ao futuro D. Manuel I, que veio a determinar que a então vila da Covilhã ficasse sempre realenga e pertença da coroa. Em 1871, D. Luis eleva-a a cidade pela iniciativa dos seus habitantes na fundação de muitos importantes estabelecimentos fabris. Em 1763 o marquês de Pombal funda a Real fábrica de Panos, cujos edifícios eram pelo chamado, arco do quartel por ter aquartelado vários regimentos militares e por último o Batalhão de Caçadores, 2. Hoje, as suas estruturas primitivas enquadram-se no Museu Téxtil, integrado na Universidade da Beira Interior.
- A Igreja de santa Maria... Construção oitocentista, a sua fachada foi coberta, nos anos 40 do século passado, por um conjunto azulejar com várias cenas da vida de Nossa Senhora-.- O Palácio Filipino, construção filipina do século XVII, marca do desenvolvimento da cidade que assumiu durante o período da monarquia dualista.. - A antiga Judiaria, Rua das Flores, observam-se vários exemplares da arquitectura quinhentista. - Rua do Barbacã, pode-se observar vestígios das muralhas. - Chaminés-. Marcas urbanas, fortemente presentes no perfil da Manchester portuguesa.
LENDA DA COVILHÃ
Da Covilhã como tendo sido fundada pelo conde D. Julião em 690, tendo-se chamado Cova Juliani, de onde teria derivado Covilhã. O Dr. Leite de Vasconcelos considera tal hipótese como pura fantasia, reputando-a e indicando que há muitas localidades e casais assim chamados nos distritos de Braga e Porto. Históricamente, o nome " Covilhã ", que deve ser a Coveliana do foral de D. Sancho I e Covillanium do vocabolário de Blutean, derivado de Covella, palavra latina a que o padre Bento Pereira dá a acepção de Deusa Juno, também designada por Celeste. Teríamos Covella = Coveliana = Covillanium = Covilhã. Assim, não seria despropositado o aparecimento da estrela no brasão covilhanense, já que Deus Juno se representa vestida azul-celeste recamado de estrelas. Não se sabendo a época em que a serra deixou de se chamar Montes Hermínios para passar a ser serra da Estrela, tudo pode ter estado ligado, segundo a interpretação do Dr. Alfredo da Cunha, em Achegar para a História da vila do Fundão.
NAS ABAS DA SERRA DA ESTRELA ERGUESSE EM ANFITEATRO A ANTIGA E LABORIOSA CIDADE DA COVILHÃ, OFERECENDO UM PANORAMA LINDÍSSIMO... Fui comerciante na cidade de 1960 a 1967, guardei alguns apontamentos referentes a grupos desportivos e recreativos e, vou transcrevê-los no sentido de poder ser útil para a história das memórias... Os grupos desportivos e recreativos que ocupavam um espaço de grande relevo no seio da população, estabelecendo uma grande ligação entre e com o operariado. O Grupo de Instrução e Recreio do Bairro do Rodrigo, núcleo habitacional nos arrabaldes da cidade e habitado na sua maioria por operários. Tinha como lema Instruir e Recrear ", gozando os associados a possibilidade de frequentar o ensino primário, entre outras regalias. Desenvolveu uma actividade cultural e a ele surgiram ligados os nomes de António Lopes, José Ramalho, Mário Quintela , entre outros.
No âmbito musical e após a existência de cinco filarmónicas no início do século, é fundada a Banda da Covilhã, sob o impulso do Engº Ernesto Melo e Castro. O Orfeão da Covilhã dá o seu primeiro concerto. adopta o lema " Pela Arte e Pela Nossa Terra " e desenvolve várias actividades no âmbito coral, teatro e cinema. É no seio que surge o Conservatório Regional de Música da Covilhã. Das associações mais antigas cabia aos Bombeiros da Covilhã, fundados em 1875, e a associação de socorros mútuos Mutualidade Covilhanense, em 1895, Corpo Nacional de Escutas em 1924.O Clube Nacional de Montanhismo surge em 1953, como núcleo da Covilhã. O célebre " Carnaval na Neve " foi uma iniciativa ligada à prática do Esqui. O Sporting Clube da Covilhã, resultou dos " Montes Hermínios " ligado à prática desportiva, Benfica da Covilhã, Clube Desportivo da Covilhã e a Associação Desportiva da Estação.
DEDICO ESTE SONETO À BONITA CIDADE DA COVILHÃ, AONDE MUITAS VEZES OUVI O TOQUE DAS TRINDADES, NA TORRE DA IGREJA DE SANTA MARIA....Um silêncio profundo, sepulcral,/ se fez sentir em todo o descampado,/ Na ribeira uma azenha medieval/ deixou de cantar seu triste fado. Lá ao fundo, no pacato matagal,/ deixou o rolo de arrulhar cansado,/ Conjuntamente com o seu rival/ calou-se o rouxinol no silvado. Calou-se pois, a Natureza inteira,/ nessa hora, suprema derradeira,/ submersa, pela aurora da manhã; Até o Sol de purpurína cor,/ vem cantar-um hino de louvor/ aos teus presentes governantes Covilhã.
DEDICO ESTE MEU SONETO A TODAS AS PESSOAS VERDADEIRAS AMIGAS...Covilhã 1960 a 1967...clientes no meu estabelecimento na Cidade, na Rua da Ramalha...
Covilhã... Silêncio... Catedral
do tempo construído em chão sagrado...
Pisei tua neve e, Deus seja louvado,
tu me cantas em hino triunfal!
Ressoa, em mim, o eco virginal
dos teus teares, agora redespertado...
É o vigor do tempo condensado
nas raízes, à hora matinal...
No Pelourinho tantas vezes em trabalho
eu dei-me todo a ti, mas nada valho
na Santa Missa que não sei rezar...
E o Sol - hóstia sagrada - se reparte
em pedaços de pão e, de tal arte,
só me restava ir ao " Montalto " comungar!...
DEDICO ESTE SONETO Á CIDADE NEVE . COVILHÃ.
Andam milhões de pétalas no ar
Em branca reviada que me encanta;
São os anjos que estão a desfolhar
Rosas, no casamento duma santa...
Caem na serra, vestem-na de altar!
Tão leves... E nem uma se levanta!
Eu fico horas inteiras a cismar
Na brancura da neve que me encanta...
Esta toalha pura, imaculada,
Estendeu-a, decerto, alguma fada...
É mortalha dum anjo moribundo!
Os farrapos de neve encantadora,
São lágrimas da Virgem Redentora
Caindo sobre o lôdo deste mundo...
EMOÇÕES NÃO REPETIDAS ... COVILHÃ, SINTO DE TI A SAUDADE, DE SUBIR AO ALTO DA SERRA.
Alta bela e famosa
Como tu não há igual,
És a Rainha ditosa
Das serras de Portugal!
Ó montanha verdejante
Onde cai a branca neve,
Ó Torre lindo mirante
De visita muito breve!
Quando o Inverno chegar
Toda vestida de branco,
És noiva junto ao altar
Envolta num lindo manto!
Coberta de branco imenso
Rendilhada a fino ouro,
Tena na Covilhã o incenso
Por ti só és um tesouro!
Subir ao alto da serra
Há-de sentir de certeza,
Tantos valores da terra
Tem a própria Natureza!...
É MIRANTE DE SONHO A SERRA DA ESTRELA.
Alta bela e famosa
Como tu não há igual,
És a Rainha formosa
Das serras de Portugal.
Na montanha verdejante,
Onde cai a branca neve,
A Torre lindo mirante
Onde o ar é muito leve!
A serra e a Poesia
São como o ar que respiro,
Oásis de fantasia
Meu sorriso e meu suspiro!
Poemas com emoção
Gosto muito de escrever,
Vi na serra um nevão
Deus ousou me conceder!
Tenho pena mas não sou
Na serra um esquiador,
O meu sonho... já passou
Também queria ser pastor!
COVILHÃ DOS MEUS ENCANTOS
Covilhã dos meus encantos
Quantas saudades de ti
Dos teus mais belos recantos
Dos anos que ai vivi.
Covilhã és gloriosa
Tu cresces cada vez mais
Para sempre vitoriosa
E fazer frente às rivais.
Covilhã és linda terra
Onde a vida tem mais cor
Situada à beira serra
Só por ti és um amor.
Eu fiz do peito um sacrario
Para te poder guardar
Covilhã, és meu relicário
Jamais deixo de te amar.
Vou dizer-te docemente
Covilhã, terra querida
Que serás eternamente
Todo o sol da minha vida!
HOJE ACORDEI TRISTE O ROUXINOL E O POETA
Descobre o Poeta sua grande mágoa
E uma sede ignota que o faz sofrer...
Pede ao rouxinol uma gota de água
Ou que lhe ensine a fonte onde a vai beber !
Triste o rouxinol lá no salgueiral
Solta seu trinado levado pelo vento...
Talvez na sede seja mesmo seu igual
Por ser grande a mágoa e o sentimento.
Quem não sente a sede de uma gota de água
Quem não sente a mágoa da incompreensão ?
Canta o Rouxinol também a sua mágoa,
Mas canta sozinho na escuridão.
Nesta convergência, ambos são parecidos
Ambos voam alto, fazem Poesia !
Meigo o rouxinol, acede ao seu pedido
E troca a gota de água pela luz do dia !
FAZER DA DOR UM SORRISO
Quanta vezes é preciso
Em horas amarguradas
Fazer da dor um sorriso
E das lágrimas gargalhadas
Fingir a gente contente
Num eterno paraíso
Dizer o que se não sente
Quantas vezes é preciso
Até o povo em seus versos
Conta mágoas disfarçadas
E quantos risos dispersos
Em horas amarguradas
Se a vida é afinal
De sonho vago indeciso
Manter o lindo ideal
Fazer da dor um sorriso
Transformar o sofrimento
Em ilusões perfumadas
Fazer do riso um lamento
E das lágrimas gargalhadas
DEZEMBRO O MÊS DA CARIDADEZINHA
MAIS UM DIA DE NATAL
MAIS ALEGRIA E TRISTEZA
MAIS GENTE QUE PARA SEU MAL
LHES FALTA O PÃO SOBRE A MESA
O NATAL SE APROXIMA
COM ELE A DATA MARCADA
DE DAR AMOR E ESTIMA
UM DÓ A QUEM NÃO TEM NADA
PORQUÊ ? SER-SE TÃO HUMANO
SÓ NESTE MÊS DE NATAL
SE TODOS OS DIAS DO ANO
A POBREZA É SEMPRE IGUAL
SÓ NO NATAL SE PROCURA
DAR Á POBREZA IGUARIAS
COMO MOSTRANDO A FARTURA
QUE SE VÊ TODOS OS DIAS
PARA O NATAL SER AMOR
TER UM CALOR BEM HUMANO
FAÇAM NASCER O SENHOR
TODOS OS DIAS DO ANO