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Memórias da Covilhã

Memórias da Covilhã

Associação Recreativa Musical Covilhanense - Banda da Covilhã

10.10.16, Memórias

 

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HISTORIAL
Com uma página histórica invulgar, no movimento Associativo da Cidade, é a Banda da Covilhã oriunda, e continuadora, da antiga "Banda Independente", a qual por motivos de ordem política, e em consequência de ordens superiores, foi encerrada em 1937, tendo na altura revertido todo o património da Associação para os poderes públicos. 


Assim, um grupo de homens imbuídos pelo espírito associativo, quase ausente na época, fizeram ressurgir o Movimento Musical na Covilhã através da implementação de uma renovada "Banda" decidida e, Assembleia Geral de 28 de Agosto de 1944, então, efectuada no salão da Associação dos Socorros Mútuos da Covilhã. Foi nessa reunião presidida pelo Senhor Francisco Rodrigues Pintassilgo, aclamado por unanimidade, e da qual saiu a Comissão Organizadora da que é hoje - a Banda da Covilhã. Relembra-se os nomes que participaram na referida Comissão: Mário Quintela, António Rodrigues Pintassilgo, Francisco Rodrigues Pintassilgo, António Gomes, José Paiva, Manuel F. Duarte, Manuel Matias de Figueiredo, Francisco da Cruz Coelho, José Martinho, António Torrão, Francisco F. Nascimento, Mário Bicho Cardona, José Maria Maranhas Mousaco. José da Costa Farias e José Antunes dos Reis.


Foi nesta reunião, aprovada a Lei Estatutária que ficou a reger a Associação, tendo na altura dada a sua assinatura alguns músicos da extinta Banda Independente. Estes elementos fizeram parte do corpo musical que actuou na primeira saída da Banda da Covilhã, no dia 1 de Dezembro de 1944. Com este movimento, emergiu uma nova energia, que levou à constituição de corpos gerentes para a colectividade, tendo a 28 de Dezembro de 1944 sido eleita a 1ª Direcção da A.R.M.C.


O movimento musical de então tinha tal espírito que, anualmente na passagem de cada aniversário, em seu redor, envolvia um número significativo de associados, que com ele percorriam as ruas da cidade. Não é difícil perceber que enraizada num espaço fundamentalmente fabril, acompanhada no afecto pelo operário do local, a Banda da Covilhã viveu até 74 convulsões sociais de todo próprias para o seu engrandecimento.


Em 5 de Maio de 1992 esta Associação foi vítima de um violento incêndio que destruiu a sua sede (Travessa do Senhor da Paciência), deixando apenas as cinzas de todo o seu instrumental e de todo o património valoroso existente nesta Associação. Com o aparecimento do dia, um amigo desta Associação dizia: "A Banda ardeu, mas não morreu". Então a actual direcção em conjunto com os músicos e amigos da Associação e com as entidades oficiais, nomeadamente a Turiestrela, que de imediato dispensou duas salas do seu edifício para recomeço dos trabalhos, o Governo Civil de Castelo Branco, a Câmara Municipal da Covilhã, Juntas de Freguesia, o Inatel, Secretaria de Estado da Cultura, duas Empresas Fabris, população em geral e ainda muitas associações de Portugal Continental e Ilhas, tornou possível que em 20 de Outubro de 1992 a Banda da Covilhã saísse para a rua entoando o seu novo repertório e agradecendo a toda a comunidade.


Em 1 de Dezembro de 1992, aquando da comemoração do seu aniversário, a Câmara da Covilhã inaugurou a nova sede, cujas instalações foram cedidas por esta entidade. 
Ao longo destes anos participou em vários festivais, conjuntamente com algumas Bandas de grande prestígio musical, percorreu também várias cidades, vilas e aldeias de Portugal, fazendo muitas actuações e levando a conhecer a cidade da Covilhã.


Presentemente a Banda da Covilhã, vive um momento de renovação. A Escola de Música encontra-se numa fase de reestruturação, após 2 anos de interrupção, o que levou à perda de muitos jovens músicos. A banda em si passa por um projecto diferente ? avançando com a génese da Banda Sinfónica da Covilhã. Conta com o apoio do Conservatório Regional de Música da Covilhã e da Escola Profissional de Artes da Covilhã - EPABI. Muitos dos seus músicos são alunos destas instituições e colaboram com a Banda.


É seu Director Musical o Prof. José Eduardo Cavaco desde 1 de Julho de 2005.

in, http://www.cm-covilha.pt/simples/?f=3852

O Mítico Estádio José dos Santos Pinto

07.10.16, Memórias

Estádio José Santos Pinto

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José Lopes dos Santos Pinto

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Nasceu na Covilhã em 15.08.1923. Industrial de lanifícios. Foi casado com D. Maria Eugénia Neves Fazendeiro Santos Pinto e tiveram dois filhos (Eugénia Maria Fazendeiro Santos Pinto Sousa Martinho e José Fazendeiro Santos Pinto).

Foi um destacado dirigente do Sporting Clube da Covilhã, integrando os seus corpos gerentes entre 1947 a 1959, tendo participado nos maiores êxitos do clube, como a conquista da Taça “O Século”, as duas subidas à Primeira Divisão (1947/48 e 1957/58), assim como a participação no Jamor, em 2.6.1957, na Final da Taça de Portugal, no jogo contra o S.L.Benfica.

Era filho de José dos Santos Pinto, grande obreiro da construção do campo de futebol para servir todos os desportistas Covilhanenses e os clubes da Cidade. Assim, nas décadas de 30/40, com os seus auxílios financeiros e com ajuda de um grupo de amigos chamados os “capacetes de aço”, sacrificaram o seu tempo na recolha de fundos para a construção do campo. Foi por isso o pai de José Lopes dos Santos Pinto o grande impulsionador da construção de um novo campo de futebol na Cidade da Covilhã, sendo ainda homenageado pelo grupo Os Covilhanenses por tal feito. Em 1940, após o seu falecimento em Lisboa, o Sporting Clube da Covilhã, por sua sugestão, solicitou à Câmara Municipal da Covilhã licença para a mudança do nome daquele recinto, deixando de se chamar Campo do Alto do Hospital para se designar Estádio José dos Santos Pinto. Mantendo-se até aos dias de hoje o nome deste mítico Estádio, cujo seu obreiro nunca foi sócio do Sporting da Covilhã, mas o seu filho um prestigiado dirigente que faleceu em 13 Agosto de 1996 com 72 anos.

in, História do Sporting Clibe da Covilhã

1947/1948

 ESTÁDIO MUNICIPAL JOSÉ DOS SANTOS PINTO

A evolução do futebol que se fazia sentir na província, a necessidade de maior competição e o entusiasmo das gentes covilhanenses, tornou imprescindível um campo de futebol com as mínimas condições para a sua prática.


Surgiram então algumas personalidades que, em redor do clube e da edilidade covilhanense, promoveram a construção de um novo campo de futebol. Não se podia já jogar no Campo da Várzea, e o da Palmatória já era insuficiente, pelo que se realizaram alguns jogos no Campo do Bairro Municipal, e outros no Campo das Festas.


Dessas personalidades aparece um grupo de amigos, liderados pelo grande impulsionador da construção do novo campo de jogos, José dos Santos Pinto.

Existiam então uns terrenos na zona superior do hospital, propriedade do Campos Melo, promovendo, José dos Santos Pinto, a execução das obras, através de fundos que consegue obter, assumindo a responsabilidade dos custos da obra e passando a ser o coordenador do grupo, constituído pelo Padre João Pereira Espiga, Alberto Rodrigues Miguel, António Morais Canaveira e João Figueiredo. Os trabalhos de construção se devem ainda ao Dr. António Espiga e ao Presidente da Direcção do Sporting Clube da Covilhã, Dr. Alexandre Veloso, também Presidente da Comissão Administrativa Municipal.

O início das obras do novo estádio decorreu entre 1932 a 1934.

Em três de Fevereiro de 1935 já o Jornal Notícias da Covilhã dava nota que "(...) têm-se realizado, aos Domingos, alguns desafios de futebol, jogando no campo ainda por concluir, com o intuito de ir capitalizando alguns fundos para a sua conclusão(...)".

Foi assim, com o esforço e determinação deste grupo, que o Estádio Municipal José dos Santos Pinto se tornou uma realidade.

Face à subida de Divisão, houve necessidade de proceder de imediato a melhoramento e obras que se impunham por força da regulamentação em vigor para clubes de escalão máximo do Futebol Nacional. Deste modo, o projecto de arrelvamento do Estádio Santos Pinto, e as obras de remodelação do mesmo, foram iniciadas em Maio de 1985.

Poucos campos possuem a beleza do Santos Pinto, ladeado pela gigantesca montanha a elevar-se ao céu e também a extensa planície e a urbe, mostrando um cenário variegado de rico panorama.

Tem sido neste estádio que se têm passado tempos gloriosos do Sporting da Covilhã, como também alguns momentos de tristeza, que vão ser a marca profunda das gentes que conseguiram fazer impor uma colectividade de prestígio que passou além fronteiras, não só da cidade como do próprio País.

 

in, http://www.cm-covilha.pt/simples/?f=2672

Em nome da história da Covilhã - Blog de Ivo Rocha da Silva

06.10.16, Memórias

 

8. Covilhã: da Associação Cava Juliana ao Museu Eduardo Malta

(clique nas imagens)

 7. UBI: do Politécnico ao Universitário

6. Uma história do arco da… UBI | Em nome da história

5. Covilhã e seus ilustres: séculos XVI, XVII e XVIII | Em nome da história

4. Pêro da Covilhã: a história de um diplomata | Em nome da história

3. Covilhã: uma das principais povoações do reino nos séculos XIV e XV | Em nome da história

2. A origem da ilustre Covilhã | Em nome da história

1. Porque lhe chamam Covilhã | Em nome da história

 

 

A Associação de Socorros Mútuos "Mutualista Covilhanense"

05.10.16, Memórias

Website - Mutualista Covilhanense clique na imagem

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Mutualista Covilhanense vence prémio Missão Sorriso. Prémio Missão Sorriso

UBI testa projetos-piloto em saúde na Mutualista Covilhanense

Farmácia da Mutualista Covilhanense

 

 

RESENHA HISTÓRICA DA ASSOCIAÇÃO


A Associação de Socorros Mútuos "Mutualista Covilhanense" foi constituída por Alvará em 07/06/1930, contudo, alguns dados disponíveis, permitem-nos afirmar que a sua génese remonta a 11 de Junho de 1895 - há, portanto 103 anos -, tendo já como objectivo "amparar os fracos que caíssem na doença", cujo nome de então era designado pela " Associação de Socorros Mútuos Operária Covilhanense".


Existia também naquela data e com os mesmos fins altruístas a "Associação Protectora dos Operários" fundada em 25 de Março de 1882, esta Associação mereceu mais tarde graças régias e passou a denominar-se "Real Associação de Socorros Mútuos Operária Covilhanense".


Em fins de 1929, alguns associados da primeira, que também o eram da segunda, lembraram-se de fundi-las, considerando que a então legislação vigente, que ainda hoje regulamenta os organismos de socorros mútuos, advertia que a divisão de associações congéneres, levaria, mais tarde ou mais cedo, à dispersão das mesmas, originando assim a sua fusão, que foi homologada em 7 de Junho de 1930 com a denominação de Associação de Socorros Mútuos -quot;Mutualista Covilhanense".


Em Outubro de 1998, a Associação iniciou as suas actividades de apoio social aos idosos com a valência de Centro de Dia, aberto à comunidade e celebrou o respectivo acordo com o Centro Regional de Segurança Social. Este é o único Centro de Dia na cidade que tem uma frequência média de 36 idosos, 14 dos quais são transportados diariamente pela carrinha da Associação.


O número elevado de idosos em situação de dependência exigia a prestação imediata de cuidados no seu domicílio. Neste sentido, em Setembro de 1988 a Instituição iniciou a valência de Apoio Domiciliário para 15 idosos.


A situação presente nos termos do acordo com a Segurança Social é de 36 idosos em Centro de Dia e 51 em Apoio Domiciliário, prestamos, no entanto, assistência a um número significativamente maior de utentes, e existe uma longa lista de espera a que não conseguimos dar resposta. No âmbito das referidas valências os serviços prestados são os mais diversos incluindo cuidados de higiene, limpeza habitacional, alimentação, tratamento de roupas e administração de medicamentos, ocupação de tempos livres e convívio.


Presta ainda aos seus associados / utentes serviços nos domínios de Assistência Médica (Clínica Geral, Estomatologia, Psicologia Clínica e Cuidados de Enfermagem).


Foi também adquirido um novo edifício, cujas obras, comparticipadas pelo programa PILAR (Programa de Idosos em Lar), estarão concluídas no próximo mês de Novembro do corrente ano, permitindo a melhoria dos serviços já prestados e a implementação de valências inovadoras.
- Acolhimento temporário;
- Apoio Domiciliário 24 horas, 7 dias por semana;
- Centro de Dia, 7 dias por semana;
- Ginásio de fisioterapia;
- Oficina / Atelier;
- Ludoteca;
- Lar (20 quartos).
A valência de Lar surgiu como um imperativo perante a impotência a que nos vemos sujeitos, quando se verifica a impossibilidade de manter os idosos em Apoio Domiciliário ou em Centro de Dia, pois a grande carência de lares no Distrito não permite na maioria das vezes dar uma resposta às nossas solicitações de internamento.


Sob o lema "Nunca é tarde para Viver", pretendemos que o indivíduo que, quer por razões biológicas, sociais ou familiares necessite de um acompanhamento permanente, seja tratado como pessoa, opondo-nos a uma tradicional concepção de velhice baseada em critérios de idade e estatuto que reflecte uma imagem pouco favorável sobre esta fase do ciclo de vida, com um crescente número de idosos em situação de isolamento e de dependência originados, sobretudo, pelo desmembramento da família tradicional extensa.


Pela sua preocupação constante com os mais desfavorecidos da sociedade e pela disponibilidade total na ajuda à resolução dos seus problemas, a Associação de Socorros Mútuos - "Mutualista Covilhanense" aderiu, como parceiro, a vários projectos de luta contra a Exclusão Social, entre as quais, a Comissão Local de Acompanhamento ao Rendimento Mínimo Garantido e ao Projecto de Luta Contra a Pobreza "Reagir".

in, http://www.cm-covilha.pt/simples/?f=2314

Blog - "Covilhã - Subsídios para a sua História"

05.10.16, Memórias

"Os Grandes Covilhocos" - Dr. Luís Fernando de Carvalho Dias

1914-1991

Formado em Direito pela Universidade de Coimbra. Dedicou-se à investigação histórica, coligindo, na Torre do Tombo, numerosos documentos relativos à história dos lanifícios, do que resultou a publicação, em três volumes, da "História dos Lanifícios", versando a época de 1750/1834. Publicou ainda "Heitor Pinto - Novas Achegas para a sua Biografia" e "Forais Manuelinos".

 

Luiz Fernando de Carvalho Dias nasceu na Covilhã, na freguesia da Conceição, em 2 de Março de 1914 e faleceu em Lisboa, na sua residência, em 4 de Outubro de 1991.

Clique na imagem - Blog - "Covilhã - Subsídios para a sua História"

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Luiz Fernando Carvalho Dias (1981)
Foto: Francisco Geraldes

 

Para não se perder toda a investigação histórica feita ao longo dos anos pelo covilhanense Luiz Fernando Carvalho Dias, os editores, seu filho e sua nora, resolveram criar este blogue, no XX aniversário da sua morte, para dar a conhecer aos interessados pela história da Covilhã, muita da documentação recolhida pelo seu familiar.

 Luiz Fernando de Carvalho Dias nasceu na Covilhã, na freguesia da Conceição, em 2 de Março de 1914 e faleceu em Lisboa, na sua residência, em 4 de Outubro de 1991. Após ter concluído os estudos primários na sua cidade natal, seguiu para Espanha onde frequentou os estabelecimentos escolares dos Jesuítas, em San Martin de Trevejo, província de Cáceres e em La Guardia, na Galiza, por nessa época esta Ordem Religiosa estar impedida de leccionar em Portugal. Seguidamente rumou a Coimbra onde concluiu os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito. Veio a concluir em Lisboa a sua licenciatura em Direito, no ano de 1939, já como trabalhador estudante.

Foi notário e advogado em Moçambique, de onde regressou no fim de 1949. Em Lisboa foi investigador da Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, depois Delegado do Governo junto da Federação Nacional dos Industriais de Lanifícios, organismo extinto com a Revolução de 25 de Abril de 1974 e, por fim, até à sua aposentação em 1984, foi investigador do quadro da Biblioteca Nacional de Lisboa.

Dedicou-se, desde muito cedo, à investigação histórica, tendo por objectivo além da história da sua cidade natal, tudo o que se relacionasse com a indústria dos lanifícios de que a Covilhã foi pioneira.

Publicou várias obras e colaborou em várias revistas, designadamente as da Faculdade de Direito da Universidade Coimbra e da Biblioteca da mesma Universidade, da Agência Geral do Ultramar e na “Revista dos Lanifícios” propriedade da Federação Nacional dos Industriais de Lanifícios.          

Eis as suas obras publicadas:

- “Frei Heitor Pinto”, Coimbra, 1954

- “A profissão e morte de D. Frei Francisco de Soveral, Bispo de Angola”, Lisboa, 1954

- “Os Lanifícios na Política Económica do Conde da Ericeira”, I, Lisboa, 1954 (Prémio Silva Marta, 1954, da Associação Comercial de Lisboa).

- “Fontes para a História, Geografia e Comércio de Moçambique”, (séc XVIII), Lisboa, 1954

- “As Ordenações da Índia”, Lisboa, 1955

- “A Relação das Fábricas de 1788”, Coimbra, 1955

- “Breve Notícia dos Documentos Manuscritos do Fundo Geral da Biblioteca Nacional de Lisboa – Índia e Expansão” (6 fascículos), Lisboa, 1954-56

- “O Ultramar Português nas Chancelarias Régias” – I, Lisboa, 1956
- "O Ultramar Português e a Expansão na África e no Oriente" - Lisboa, 1956

- “Notícia dos Documentos da Secção dos Reservados, Fundo Geral, da Biblioteca Nacional de Lisboa, respeitante às Províncias Ultramarinas de Angola, Cabo Verde, Guiné, Macau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor”, Lisboa, 1957

- “Luxo e Pragmáticas no Pensamento Económico do séc XVIII”, Coimbra, 1958

- “História dos Lanifícios, (1750-1834) – Documentos”, Vols I, II, III, IV e V, VI, Lisboa, 1958-1974

- “Cartas de Gonçalo da Cunha Villas Boas ao Conde da Ericeira, e outros documentos”, Lisboa, 1958

- “Forais Manuelinos do Reino de Portugal e do Algarve” – Edição do Autor, volumes da “Beira”, 1961, de “Trás-os-Montes”, 1961, da “Estremadura”, 1962, de “Entre Tejo e Odiana”, 1965 e de “Entre Douro e Minho”, 1969.

- “Algumas cartas do Doutor António Ribeiro dos Santos aos seus contemporâneos”, Coimbra, 1975

- “Inéditos de António Ribeiro dos Santos”, Coimbra, 1976

- Nota Introdutória à obra “Diálogo Espiritual”, edição fac-similada, Biblioteca Nacional de Lisboa, 1983

- Leitura e integração do texto (com Fernando F. Portugal) e notícia bibliográfica, à obra “Micrologia Camoniana, de João Franco Barreto”, uma co-edição da INCM/Biblioteca Nacional, Lisboa, 1983

- Transcrição da obra “Crónica do Imperador Maximiliano”, Cod. 490, Col. Pombalina, - Romances Inéditos de Cavalaria, Biblioteca Nacional, Lisboa, 1983

Neste blogue iremos dar a conhecer alguns dos documentos recolhidos em várias bibliotecas, nacionais e estrangeiras, relacionados com a História da Covilhã e das suas instituições e com alguns dos filhos da sua terra, bem como referentes à indústria dos lanifícios. Contamos, também, apresentar uma relação dos membros da comunidade judaica, naturais ou moradores no antigo termo da Covilhã, que sofreram os horrores da Inquisição, com elementos que permitem estabelecer os diversos laços de parentesco entre eles. Não olvidaremos diversas monografias da Covilhã que, embora publicadas na década de cinquenta por este investigador, estão pouco divulgadas.

 Nos documentos que iremos apresentar, não referiremos, contudo, a sua localização. Como se trata de uma publicação on-line, se o fizéssemos, correr-se-ia o risco de posteriormente ver a sua reprodução sem a indicação de quem os publicou em primeiro lugar.  

Esta divulgação pretende apenas dar a conhecer inúmeros documentos inéditos relativos à história da Covilhã, fruto do trabalho de uma vida do historiógrafo Luiz Fernando Carvalho Dias e que, certamente se perderia se não os apresentássemos neste blogue.  

Miguel Nuno Peixoto de Carvalho Dias

Maria do Céu Jordão Morais Carvalho Dias

Blog " Covilhã Cidade Fábrica, Cidade Granja"

05.10.16, Memórias

Post dedicado a este blog sobre a covilhã.

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SENHORES DA COVILHÃ

Março 11 2016

1º Senhor da Covilhã

Infante D. Henrique (1415 – 1460)

A 2 de Setembro de 1415, no seguimento da Conquista de Ceuta, o Infante D. Henrique recebeu de seu pai, o título de Senhor da Covilhã e a sua Alcaidaria-mor, conjuntamente com o Ducado de Viseu.

Nasceu no Porto em 1394, vindo a falecer em Sagres no ano de 1460. A partir de 1420 torna-se Regedor e Governador da Ordem de Cristo, passando a dispor de valiosos recursos e a deter enormes responsabilidades.

A sua Casa Senhorial possuía, entre os seus servidores, 36 indivíduos da Beira Baixa, dos quais 20 eram navegadores e destes, 9 eram da Covilhã. Não será ainda de descurar o valor geoestratégico que a Covilhã viria a ganhar no quadro regional, enquanto guardiã da Beira Alta e traço de união entre as duas Beiras.

Na Covilhã, e de acordo com a tradição, D. Henrique fundou a Capela de Santa Cruz que mais tarde viria a ser reconstruída pelo Infante D. Luís.

 

2º Senhor da Covilhã

  1. Fernando (1460 – 1470)

A 13 de Novembro de 1460 recebe o Senhorio da Covilhã, após a morte de seu tio, o Infante D. Henrique. Filho do Rei D. Duarte e da rainha D. Leonor de Aragão nasceu em 1433, em Almeirim, vindo a falecer em 1470 em Setúbal. Aventureiro, saiu secretamente de Portugal em 1452, sendo o seu navio impedido de atravessar o Estreito de Gibraltar. Participou ao lado do Rei na conquista de Alcácer Ceguer e arrasou a cidade de Anafé em 1468.

Por ter sido adotado pelo seu tio, o Infante D. Henrique, torna-se num dos senhores mais poderosos de Portugal. Foi o 1º Duque de Beja e o 2º de Viseu, Condestável do Reino, Governador das Ordens de Cristo e São Tiago, teve os Senhorios da Covilhã, Beja, Moura, Serpa e Lagos.

No território da Covilhã, teve ainda a administração dos bens do Mestrado de Cristo e fundou a ferraria do Teixoso, para a qual alcançou privilégio de não pagar qualquer imposto.

 

3º Senhor da Covilhã

  1. João (1470 – 1472)

A 18 de Setembro de 1470 morre o Infante D. Fernando, sucedendo-lhe, no Senhorio da Covilhã, o seu filho D. João. Herdou os títulos de seu pai, tornando-se, para além de 3º Senhor da Covilhã, 3º Duque de Viseu, 2º Duque de Beja e 2º Senhor de Moura. À semelhança de D. Fernando teve os cargos de Mestre da Ordem de Cristo e da Ordem de Santiago, tornando-se no 7º Condestável de Portugal.

Em Julho de 1472, o Rei Afonso V, seu tio, concedeu-lhe a cidade marroquina de Anafé.

O Senhorio de D. João foi curto, visto este ter morrido jovem, solteiro e sem descendência.

Teve como sucessor o seu irmão, o Infante Diogo.

 

4º Senhor da Covilhã

  1. Diogo (1472 – 1484)

A 30 de Junho de 1472, é emitida uma carta régia pela qual D. Afonso V autoriza o Infante D. Diogo a suceder, no Senhorio da Covilhã, ao Infante D. João, que morrera prematuramente.

  1. Diogo, para além dos cargos e mercês herdados do irmão D. João, foi ainda agraciado por Afonso V com os cargos de condestável do Reino e Governador da Ordem de Cristo.

Era detentor de grande influência pelo poder que possuía e por ser cunhado do futuro Rei D. João II.

Eleito líder dos revoltosos, devido à política centralizadora do Monarca, preparou uma conspiração para assassinar D. João II e o príncipe herdeiro, o que lhe permitiria depois subir ao trono.

Tendo o Rei conhecimento desta conjura e, atraindo D. Diogo a Palmela, aí o apunhalou a 27 de Agosto de 1484.

 

5º Senhor da Covilhã

  1. Manuel (1484 – 1521)

Após a morte de D. Diogo, o Senhorio da Covilhã foi entregue a seu irmão, futuro rei D. Manuel I. O Venturoso nasceu em Alcochete em 1469, vindo a falecer em Lisboa em 1521, era o nono filho do Infante D. Fernando. Feito filho adotivo por D. João II e após a morte do Infante D. Afonso, em 1491, alcançou a grande meta dos Descobrimentos: a Viagem, à Índia.

Depois de ter recebido em 1484 o Senhorio da Covilhã e Vila Viçosa. O Governo da Ordem de Cristo e a investidura nos ducados de Beja e Viseu, recebeu os cargos de Fronteiro-mor das comarcas de entre Tejo e Guadiana. Além do Guadiana e do Reino do Algarve, de Condestável do Reino das saboarias da coroa, do Senhorio das Ilhas da Madeira, Cabo Verde, Açores, Guarda, Gouveia, dos Castelos de Tavira e Portel. Na Covilhã, para além do referido Senhorio, confirmado em 28 de Maio de 1489, teve ainda a administração de todos os bens do Mestrado de Cristo e a confirmação de privilégios que D. Fernando conseguira para a ferraria do Teixoso. É este monarca que atribui à Covilhã, a 1 de Junho de 1510, o 2º Foral.

 

6º Senhor da Covilhã

  1. Luís (1521 – 1555)

A 5 de Agosto de 1527 é confirmado, por D. João III, ao Infante D. Luís, seu irmão, o Senhorio da Covilhã. Este nasceu, em Abrantes, a 3 de Março de 1506, sendo filho de D. Manuel I e da sua segunda esposa, D. Maria de Castela. Veio a alcançar grande notabilidade no seu tempo, como diplomata, cultor das artes e das ciências. Da sua relação com a Covilhã destaca-se o facto de ter aqui residido durante alguns períodos de tempo. Ofereceu à Covilhã uma custódia/relicário com uma relíquia do Santo Lenho tendo, segundo a tradição, refundado a Capela de Santa Cruz.

Para além de Senhor da Covilhã, foi duque de Beja, condestável do Reino, fronteiro-mor da comarca de Entre Tejo e Guadiana, Senhor de Ceuta e das vilas de Seia, Salvaterra de Magos, Almada, Moura, Serpa e Marvão e do Concelho de Lafões e Besteiros e, ainda administrador do Priorado do Crato e da Ordem de Malta. Foi pai de D. António Prior do Crato.

 

 

 

Colégio das Freiras

04.10.16, Memórias

A Casa Morão foi mandada edificar em meados do século XIX por José Maria da Silva Campos Melo, um dos mais proeminentes industriais da Covilhã na centúria de Oitocentos.


Este palacete, forma uma espécie de conjunto com outras duas casas edificadas na mesma artéria da cidade - o denominado Colégio da Freiras e a Casa Melo e Castro. Na realidade, cada um destes edifícios era destinado aos filhos do comendador Campos Melo.


A sua edificação acompanhou o crescimento urbanístico da cidade da Covilhã na centúria de Oitocentos, derivado do crescimento da indústria dos laníficios.
Em 1928, os proprietários arrendaram o imóvel às Irmãs Doroteias, que aí instalaram o Colégio de Nossa Senhora da Conceição.


in dgpc, Catarina Oliveira
DIDA/ Maio de 2008

 

 

 

COLÉGIO DAS FREIRAS

Localização: Rua Marquês d'Ávila e Bolama

Edifício mandado construir no século XIX por José Maria da Silva Campos Melo, Comendador da Ordem de Cristo e industrial de lanifícios.
Há já 75 anos que é Sede do Patronato de Nossa Senhora da Conceição, também conhecido por Colégio das Freiras e dirigido pelas Irmãs Doroteias.
As Irmãs Doroteias chegam à Covilhã no ano de 1870 e em 1910, com a Implantação da República, suspendem o seu trabalho. Em 1928, retomam a sua actividade educativa, moral e religiosa, instalando-se no edifício que ainda hoje ocupam.
A riqueza arquitectónica e representatividade da construção da época em que foi construído, levou a Câmara Municipal da Covilhã a considerar este e o edifício contíguo, a Casa Morão, como Imóveis de Interesse Municipal.

in, Municipio da Covilhã

 Doroteias Covilhã

Fundação Imaculada Conceição

História

Em 1865, a hospitaleira cidade da Covilhã, pela voz do Reverendo Dr. Francisco Grainha e em nome de Dona Maria José Tavares de Azevedo Castelo Branco, pedem à Madre Frassinetti que envie irmãs para administrar uma escola para crianças pobres. Essa escola funcionaria num edifício pertencente à mesma Dona Maria José Tavares de Azevedo Castelo Branco, que sempre quisera entregá-lo a um instituto religioso. Assim, as Irmãs Doroteias chegam à Covilhã no ano de 1870 e inicialmente instalam-se no edifício que é hoje a Escola Central, tendo como Superiora a Madre Rosa Podestà, como Mestras Josefina Nobili e Catarina Lemos e a Irmã Coadjutora Joaquina Mendes, já se fazendo acompanhar por algumas irmãs covilhanenses que tinham terminado o seu Noviciado em Roma e Lisboa.

Esta nova escola para raparigas, dirigida por educadoras da Congregação das Doroteias, que abriu as portas com 130 alunas pobres mas que em pouco tempo aumentariam para 300 alunas, foi recebida com o maior carinho e atenção por parte das pessoas da Covilhã que eram maioritariamente católicas e que muito lhes agradava esta educação religiosa. Demonstrando isso mesmo, esta escola, para além das famílias menos favorecidas, começa a integrar meninas de várias classes sociais uma vez que os pais privilegiavam esta educação atingindo assim um total de 500 alunas.

Exerceram o seu trabalho educativo até 1910, altura em que com a Implantação da República, as Irmãs Doroteias  suspendem o seu trabalho tendo sido obrigadas a partir para outros países, mais precisamente, para a Bélgica, Inglaterra, Suíça e Espanha, onde surgiriam várias fundações das Irmãs Doroteias.

Em 1928, por iniciativa do Padre Francisco de Salles Borges Grainha e de um grupo de pais da Covilhã, conseguiram que as Irmãs Doroteias regressassem à Covilhã, onde retomam a sua atividade educativa, moral e religiosa, instalando-se, agora, no edifício mandado construir no século XIX por José Maria da Silva Campos Melo, Comendador da Ordem de Cristo e Industrial de lanifícios, que aparece conseguida pelo esforço do supracitado grupo de pais, que durante muito tempo lutaram por uma casa onde se pudesse instalar o Colégio das Doroteias, Sede do Patronato de Nossa Senhora da Conceição, também conhecido por Colégio das Freiras. Eram as irmãs, o pilar destas alunas que tinham aptidões em diversas áreas culturais como a música, pintura, línguas, lavores entre outras.

As Irmãs Doroteias não restringiam as suas atividades educativas unicamente ao colégio. Também participavam ativamente na vida das paróquias da Covilhã, na catequese e liturgia, tornando-se um apoio fundamental nas mais variadas missões da igreja.

O Patronato Nª Sra. da Conceição, nomenclatura da época vigente, leccionava até à quarta classe, abrindo mais tarde o que foi designado por “classe infantil” e chegou mesmo a funcionar até 1963 como uma escola oficial de 1º ciclo. A partir dos anos 60 começa a funcionar como jardim de infância e nos anos 80 é registado no livro das fundações de solidariedade, tornando se uma IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, mantendo a qualidade educativa e o apoio às famílias, segundo a tradição das Irmãs Doroteias. Actualmente, funciona com as valências de creche, jardim de infância e ATL e é um ponto de referência no que diz respeito à educação, na nossa cidade.

Hoje, com estatutos renovados e com o registo da nova denominação, Fundação Imaculada Conceição, promove a educação integral, pautando-se por uma oferta pedagógica inovadora e de qualidade, que acompanha de uma forma individualizada cada criança e sua família. Pratica uma pedagogia de projeto centrada nos interesses da criança e suas aprendizagens. Oferece experiências chave para o desenvolvimento, valorizando o sentido estético e a criatividade, através de atividades lúdico-expressivas: música, dança, drama e artes plásticas. Promove iniciação à língua inglesa, à investigação e à ciência, à expressão motora. Em parceria com as famílias, desenvolve nas crianças competências que conduzem à aquisição de valores cristãos, cultivando o acolhimento, a solidariedade, a verdade, a simplicidade, promovendo a educação para a interioridade e as relações interpessoais.

 

 

Hospital da Covilhã

03.10.16, Memórias

Antigo Hospital da Covilhã

CENTRO HOSPITALA DA COVA DA BEIRA

in, http://www.chcbeira.pt/

 

HOSPITAL PÊRO DA COVILHÃ

Data de 26 de Junho de 1908, a inauguração do antigo Hospital Distrital da Covilhã.

Denominado na época de Hospital da Misericórdia da Covilhã, esta obra, grandiosa para a altura, ficou a dever-se ao empenho do então presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Dr. Joaquim Nunes de Oliveira Monteiro.

Às portas de cumprir um século de vida, o edifício apresentava-se há muito em precárias condições e estruturalmente debilitado, pecando também pela difícil localização e péssimas acessibilidades.

Na memória de todos fica para sempre gravada, a inclinada rampa de acesso aos internamentos, por onde os doentes eram dificilmente transportados em macas, cadeiras de rodas ou camas, graças à força humana.

A reverter esta situação, insustentável, surge o Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), fruto de uma generosa congregação de esforços, oriunda e impulsionada por factores de natureza impreterível e pelos agentes impulsionadores da região.

O Centro Hospitalar Cova da Beira, pessoa colectiva de direito público com autonomia administrativa, financeira e património próprio, foi criado nos termos do artº 1 do Decreto-lei nº 284/99, de 26 de Julho, e integrou o Hospital Distrital da Covilhã, o Hospital Distrital do Fundão e o Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, tendo assumido o CHCB todos os seus direitos e obrigações.

As novas instalações, na Quinta do Alvito, foram inauguradas a 17 de Janeiro de 2000.

Nos termos do Decreto- lei nº 426/99, de 21 de Outubro, o CHCB foi construído com serviços de dimensão e diferenciação técnica adequados à população abrangida: concelhos da Covilhã, Fundão, Belmonte e Penamacor. Tornou-se, assim, na maior e mais sofisticada unidade de saúde de toda a região e, consequentemente, na mais valiosa resposta a uma população com cerca de 100.000 habitantes.

No âmbito da reforma e reestruturação do sector da saúde, nomeadamente da consagração da autonomia de gestão das unidades hospitalares em moldes empresariais, através do Decreto-Lei n.º 288/2002, o Centro Hospitalar Cova da Beira é transformado em sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, com a designação de Centro Hospitalar Cova da Beira, S.A.

Em 2005, através do Decreto-Lei nº. 93/2005, de 7 de junho e de acordo com o Programa do XXVII Governo Constitucional, o Centro Hospitalar Cova da Beira foi transformado em Entidade Pública Empresarial.

 

 

 

 

 

As Origens, os Vestigios Romanos, a Lenda

02.10.16, Memórias

AS ORIGENS, OS VESTIGIOS ROMANOS, A LENDA

As Origens, os Vestigios Romanos, a Lenda

por: Joana Rodrigues

in, https://prezi.com/tjqk1iss5nq_/covilha/

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Transcrição de COVILHÃ

Discentes:
Docentes:
Carina Costa 20444
Joana Rodrigues 20131
Raquel Rodrigues 19432

Luis Paulo Almeida Faria Ribeiro
AS ORIGENS
OS VESTIGIOS ROMANOS
A LENDA
Florinda, cuja a sua má fama lhe reservou o nome de "CAVA". Referente a esta lenda covilhã provém de Cova Juliana.
ORIGEM DA INDÚSTRIA E O MEIO GEOGRÁFICO
Dois fatores geográficos contribuiram para o aprecimento da industria:
a cultura de gados na Serra da Estrela e a existência das ribeiras
COVILHÃ
A cidade atualmente
"... e pera nos admittirmos nesta villa, a qual nasceu em estrella de litosa, a desgraça de gerar a mesma ocasião da ruina de Hespanha, que foi Cava, não he esta razão que nos ha de convencer.."
Frei Manuel da Esperança
O ANTES E O DEPOIS
Figura de Conde Julião
EVOLUÇÃO SEGUNDO CONDE JULIÃO
Cova Juliana - Covaliana - Coveliana - Coviliana - Covillãa - Covilhã
EVOLUÇÃO SEGUNDO A TOPOGRAFIA
Cova llana - Covaliana - Coviliana - Covillã - Covilhã
250-500
750-1000
1000-1250
1250-1500
1500-1750
UTILIZAÇÃO DO SOLO
D. Luís eleva a Covilhã à categoria de Cidade
Carta Geológica
Carta de Festos e Talvegues
Fábrica de texteis construída com pedras da muralha
ALTITUDES
Carta de exposições solares
Histórias e Lendas
O brasão
"Mon Diego! Mon Diego!"
A lenda da princesa Estrela.
Carta de Declives
Padrão de Povoamento

Feira de S. Tiago

01.10.16, Memórias

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CARTAZ DA FEIRA DE S.TIAGO DE 1926

Vídeo - Campo das Festas e Jardim

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FEIRA DE SÃO TIAGO
Covilhã, mês de Julho
DESDE 1411
 
in, http://www.cm-covilha.pt/simples/?f=5537

COVILHÃ E AS FEIRAS MEDIEVAIS

As feiras são fenómenos económico-sociais muito antigos, que resultam da necessária expansão de determinados produtos regionais.

As feiras portuguesas remontam aos primórdios da nacionalidade. Com efeito, é no séc. XII, no Foral de Ponte de Lima (1125), que encontramos a primeira referência concreta a feiras portuguesas.

A Covilhã, pilhada e devastada várias vezes pelas incursões dos mouros na península, torna-se, com a reedificação e povoamento feitos por D. Sancho I, numa das vilas mais importantes do reino.

O seu primeiro Foral (1186), outorgado pelo monarca, face aos elevados privilégios e regalias, fez afluir à vila uma população de engenho e arte. A povoação dinamizou a economia, pelo que, D. Afonso III, por carta régia de 1260, que a seguir transcrevemos, acabou por lhe conceder o direito a fazer uma feira anual, para a troca dos seus produtos.

"Afonso pela graça de Deus rei de Portugal, a todos os do meu reino e de todos os outros reinos que virem estas palavras, saúde, Sabede que eu mando fazer uma feira em cada ano na minha Vila da Covilhã, para festa de Santa Maria de Agosto e mando que essa feira dure oito dias a partir dessa festa de Santa Maria de Agosto. Todos os que vierem a essa feira por conta própria para vender ou para comprar fiquem seguros, na ida e na volta, que não se penhorem no meu reino por qualquer dívida, isto é, desde o oitavo dia antes de começar a feira até trinta dias depois, a não ser por dívida que for feita em dinheiro na dita feira. E para que ninguém tema vir a esta feira por causa disto passo, por este motivo, esta minha carta aberta selada com o meu selo, a qual tenham os juízes da Covilhã em testemunho e ponho como conto que quem agredir os homens que vierem a esta feira me pague seis mil soldos e o dobro do que tomar ao respectivo dono e todos os que vierem a esta feira com as suas mercadorias paguem a minha portagem e todos os direitos que devem pagar conforme legislação dessa feira. E os de fora, tanto vendedores como compradores, paguem na feira a portagem e os meus direitos que devem pagar nela. Dada em Lisboa, oitava das calendas de Agosto à ordem de El-Rei."

É esta carta régia que concede à Covilhã, o privilégio de ter sido das primeiras vilas do reino a ter direito a fazer feira nos seus domínios, e que ficou a constituir a carta tipo das feiras medievais portuguesas.

É no reinado de D. João I que vamos encontrar a cédula de nascimento da Feira de S. Tiago, nada tendo esta a ver com aquela instituída à dois séculos atrás. A primeira tinha a sua realização plena a 15 de Agosto, festa de Santa Maria, a segunda tinha o seu dia festivo a 25 de Julho, a Festa de S. Tiago.

É concretamente a 27 de Maio de 1411 que, por carta outorgada por D. João I, este concede á Covilhã, uma feira franqueada anual, com a duração de vinte dias pelo S. Tiago, devendo começar dez dias antes e acabar dez dias depois da festa do santo apóstolo, gozando de todos os privilégios e franquezas que tinha a feira de Trancoso, há muito tempo a mais importante feira das Beiras, e que por isso mesmo se tornara agora ela também, padrão ou carta tipo para outras feiras.

Essa feira, então solicitada e concedida pelo rei de Boa Memória, para o período das festas de S. Tiago, é esta mesma, que em 2011 completou 600 anos de história.

A FEIRA DE S. TIAGO

A feira começou por ter lugar no adro da antiga Igreja de S. Tiago, a qual, mais tarde, viria a ser demolida para dar lugar à Igreja do Sagrado Coração de Jesus, mandada construir pelo Padre Jesuíta Nicolau Rodrigues, e que seria aberta ao culto em 1877.

Naquele local se transaccionaram "os panos de lã meirinha, os fiados de seda, de algodão, de lã, e de linho; os bureis e as mantas; os panos baixos e grossos", referidos no Foral de D. Manuel.

A par destes artigos da indústria de lã, e de outros que a ela afluíam vindos de outras paragens como as vergas, os vimes, a olaria, etc, havia um produto característico da época, muito comercializado nesta feira - o queijo picante, ou queijo queimoso, como vulgarmente é chamado. Este produto comercializava-se ali em tal quantidade, que há citações referentes à Feira de S. Tiago como a feira do queijo.

É por volta de 1870 que a Feira de S. Tiago começou a sofrer alterações. Demolida a Igreja de S. Tiago, em 1875, ocupados os terrenos pelo grandioso edifício da nova igreja, pela torre e pelos respectivos anexos, a feira foi transferida para o Largo D. Maria Pia, onde se situa actualmente o jardim público.

Foi neste local que se manteve durante décadas e também ali se comercializaram metros e metros de saragoças, baetas, casimiras, silésias, flanelas, serafinas, borelinas, sarjas, etc, conjuntamente com outros artigos que de longe demandavam a feira da "notável vila da Covilhã... uma das vilas mais importantes do reino pela sua população e riqueza", e ainda "por causa de ser esta vila a melhor da Beira e a mais forte deste extremo".

Mais tarde, por volta dos finais dos anos 30, a feira tinha atingido um desenvolvimento tal, que dificilmente se distribuíam no Largo D. Maria Pia os feirantes que a disputavam.

Houve pois necessidade de criar novos espaços. Assim, a feira foi transferida para o antigo campo de futebol, posteriormente chamado "campo das festas", onde a feira conheceu um célebre fulgor.

O auge da feira seria atingido quando, conjuntamente com a Feira de S. Tiago, se fez no jardim e Avenida Frei Heitor Pinto, a feira popular do Sporting. Foram anos inesquecíveis em que a Covilhã recebeu as maiores estrelas do fado e da canção nacionais.

Os mais idosos recordam com saudade o tanque dos gasolinos, que se situava onde hoje se ergue o infantário "Bolinha de Neve", o primeiro carrossel, os primeiros aviões, a primeira pista de carrinhos eléctricos...

Sem dúvida, a Feira de S. Tiago viveu nesses distantes anos, uma época gloriosa. Os vinte dias da Feira eram o grande acontecimento social dos covilhanenses, que transformavam a Feira num autêntico picadeiro.

Entretanto, a feira foi perdendo força. Regressou ao Jardim público porque foi projectado para o Campo das Festas o pavilhão gimno-desportivo do Sporting Clube da Covilhã. Voltaria de novo ao campo das festas, pois o pavilhão não foi acabado. Daqui transporta-se para os terrenos anexos ao acondicionamento têxtil, acompanhando a FAEC - Feira das Actividades Económicas da Covilhã.

Nos anos 80 foi para os terrenos do Parque Industrial, e mais tarde, associou-se à Covifeira - Feira Agrícola, Comercial e Industrial da Covilhã, nos terrenos da Escola Preparatória Pêro da Covilhã.

Nos anos 90, a Câmara municipal da Covilhã apostou no retomar desta tradição, com tudo o que ela merece. O retomar do tempo e da festa. O regresso ao lugar onde teve a sua grande glória.

Na perspectiva de recuperar a tradição multisecular e enraizar uma festa de que tanto nos orgulhamos, a Feira de São Tiago continua a realizar-se, agora no Complexo Desportivo.