Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Memórias da Covilhã

Memórias da Covilhã

Praça do Município ou Pelourinho

15.09.16, Memórias

39778535_m.jpg

 

PRAÇA DO MUNICÍPIO OU PELOURINHO

 

No lugar da antiga Porta da Vila, a mais importante das cinco portas das muralhas medievais, mandaram os Filipes, em 1614, construir o edifício dos Paços do Concelho, referido na época como “o mais majestoso da vila”. Era um grande e pesado edifício, que albergava, para além dos serviços municipais, a prisão do concelho instalada no rés-do-chão e outros serviços públicos.

Em frente deste edifício abria-se um vasto terreiro, que viria a transformar-se no centro cívico da cidade. Ao centro levantou-se um pelourinho,que consistia numa coluna de pedra, assente sobre uma plataforma de quatro degraus e tendo por capitel uma roca, com fuste oitavado composto por duas pedras. O pelourinho foi derrubado em 9 de Maio de 1863.

Todo este espaço, foi-se pouco a pouco, rodeando de casas e igrejas, adquirindo o estatuto de Praça do Município, vulgo Pelourinho, onde o povo se juntava, na cavaqueira quotidiana, em festanças, em manifestações, procissões, paradas militares, etc. Ali mesmo se fizeram corridas de touros e se realizaram os mercados semanais. Estes deixaram de se realizar ali, a partir de 1944, aquando da inauguração do mercado fechado em S. Vicente.

Das igrejas construídas perto do Pelourinho, permanece a Igreja da Misericórdia, construída no ano a seguir à Restauração, e que tinha em anexo um hospital para pobres.

A Praça do Município, foi antigamente uma praça arborizada, com bancos e no centro teve coreto onde, em dias festivos tocavam as Bandas da cidade. Os edifícios envolventes tinham como característica essencial o estilo renascentista.

Os “ventos do progresso” que levaram a uma profunda remodelação desta praça, começaram a soprar nos anos 40, que culminou com a inauguração, em 12 de Outubro de 1958 do novo edifício da Câmara Municipal, tendo para a sua construção, sido derrubado o antigo edifício filipino. Com toda esta “modernização” do centro da cidade, a decantada Fonte das Três Bicas foi transferida para perto do Jardim Público. Esta fonte foi construída em 1855, de traça barroca, com colunas trabalhadas e frontões triangulares com pilastras.

Do actual edifício dos Paços do Concelho, exemplo da arquitectura do Estado Novo, deve salientar-se o Salão Nobre, com os painéis da autoria do pintor Lino António, representando, quer momentos significativos da história da Covilhã, quer as suas actividades económicas mais importantes. Numa sala contígua, pode também observar-se uma Tapeçaria tipo Portalegre, do professor António Lopes “Covilhã, Cidade Fábrica, Cidade Granja” e que representa vários quadros da vida da Covilhã. No vestíbulo, encontram-se as estátuas de Frei Heitor Pinto e Pêro da Covilhã.

In Blog de Paulo de Jesus

http://cidadedacovilha.blogs.sapo.pt/4370.html

 

PRAÇA DO MUNICÍPIO

Situada em pleno coração da cidade, a Praça do Município é uma das áreas da Covilhã com maior dinamismo comercial e turístico.


É neste espaço covilhanense que se encontra o conjunto de edifícios, Câmara Municipal da Covilhã, Teatro-Cine, Caixa Geral de Depósitos e Portugal-Telecom, que foi classificado em Agosto de 2003, por despacho do Ministro da Cultura, como Imóvel de Interesse Público.


Este é o reconhecimento do modelo que a Câmara Municipal pretende para a zona histórica, o que significa que, edifícios de traça, memória e beleza arquitectónica, têm a garantia de que serão conservadas no futuro.


Datados da segunda metade do século XX, estes edifícios de arquitectura do Estado Novo, retratam a história daquela época através da sua traça, fachada e estilo.
De referir que a construção do actual edifício da Câmara Municipal da Covilhã teve início em 1949 com a demolição do antigo imóvel dos Paços do Concelho, do século XVII (1614).


É também na Praça do Município que se encontra a belíssima Igreja da Misericórdia, que data do século XVII, mas que entretanto foi restaurada por volta da década de 30/40 do século passado.


A Praça do Município é um espaço que, sem perder o seu valor patrimonial, sofreu algumas mudanças ao longo do tempo. A última esteve a cargo do arquitecto Teotónio Pereira, e decorreu entre em 2000/2001. Foi aquando desta recuperação geral, que foi construído: um novo silo com capacidade para 374 lugares; zonas pedonais e de lazer, e, uma rotunda que é constituída por um conjunto escultórico da autoria de Irene Buarque.


Hoje em dia, a Praça do Município é um espaço bastante dinâmico e agradável. É por muitos considerado o ex-libris da cidade, uma vez que é uma mais valia para todo o concelho, tanto em termos turísticos como arquitectónicos e urbanísticos.

In Município da Covilhã

Teatro Cine da Covilhã ou Teatro Municipal

10.09.16, Memórias

 

Covilhã - Centro da Cidade.jpg

Covilhã - Centro da Cidade (1).jpg

img.jpg

249705.jpg

000162.jpg

Ftrocov_01.jpg

20101031GalaBelezas07.jpg

18403223_1554238584648532_8470795523029178683_n.jp

18342247_1554216704650720_2298440400164345961_n.jp

DSC02653.jpg

cartaz gala_versao1.jpg

Teatro-Cine-da-Covilh.54.jpg

HISTÓRIA DA SALA

António Moura Quintela, na sua Monografia da Covilhã, fala do "Theatro Calleya", inaugurado no dia 4 de Março de 1899, com a récita "Demi-Monde", pela Companhia Lucinda Simões. "O Theatro Calleya é pequeno, mas elegante, e está situado no Largo do Peso da Lan."


Foi este teatro construído pela iniciativa dos empresários José Cristóvão Corrêa e António Copeiro, um antepassado do actual Teatro-Cine, que tinha capacidade para 560 pessoas.


O Teatro-Cine da Covilhã foi inaugurado em 11 de Janeiro de 1954, por iniciativa de João Ferreira Bicho, com um espectáculo pela Companhia Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro.


Encerrou em meados dos anos 80, reabrindo em Outubro de 1992, através de um contrato de utilização que a Câmara vem mantendo desde então. Em Abril de 2001, ganhou novo fôlego, graças a um protocolo assinado pela Câmara e pelo Cineclube da Beira Interior, que permitiu que a partir dessa data pudesse ter uma programação variada e diária.


Actualmente, com capacidade para 984 espectadores, é uma das maiores salas de espectáculos da Beira Interior.


Com as obras de restauro empreendidas em 2001, foi instalado um novo sistema eléctrico, montado um novo ecrã de cinema, instalado um sistema de som Dolby Digital e uma máquina de projecção moderna. Permitiu assim que o velhinho teatro voltasse a ter cinema depois de mais de 20 anos de ausência.


Tendo uma programação diária e variada de cinema independente e comercial, tem também todo o tipo de espectáculos (desde musicais, peças de teatro, saraus culturais, festivais, óperas, feiras do livro, lançamentos de livros, etc.).


Em Março de 2003, a Câmara Municipal da Covilhã reassumiu de novo a direcção directa da programação do espaço, tendo-se realizado durante esse ano 60 espectáculos, 141 sessões de cinema, exposições, lançamentos de livros, numa opção de programação aberta à participação activa das várias associações do Concelho

In http://www.cm-covilha.pt/simples/?f=2283

 

Mais sobre o Teatro Cine da Covilhã - Clique na Imagem

Teatro-Cine-da-Covilh.18.jpg

Teatro-Cine-da-Covilh.54.jpg

Teatro-Cine-da-Covilh.23.jpg

Teatro-Cine-da-Covilh.38.jpg

Teatro-Cine-da-Covilh.94.jpg

 

Teatro-Cine-da-Covilh.45.jpg

 

Cine-Teatro-Covilhanense.14.jpg

 

Cine-Teatro-Covilhanense.24.jpg

 

 

A Covilhã Industrial

09.09.16, Memórias

 

19894898_p8bHI.jpeg

 

Sobre a Lanofabril clique na imagem

26196264_10204112576731148_6009475908428416677_n.j

26219195_10204112584051331_2215925578651809081_n.j

26229829_10204112571931028_4456034759804338581_n.j

26239393_10204112569010955_607129370476614614_n.jp

26731691_10204112580091232_3021388309888871483_n.j

 

Lanofabril.94.jpg

 As Fábricas

 

 

A REAL FÁBRICA VEIGA

 

Em 1784, José Mendes Veiga (1762-1817), um negociante de lãs e panos, cristão-novo, natural de Belmonte, fundou, nas imediações da Real Fábrica de Panos, junto à Ribeira da Goldra, uma manufactura de tinturaria e acabamento de tecidos, que veio, posteriormente, a ser conhecida como a “Real Fábrica Veiga”.

Em 1803, para além da tinturaria e da casa para tesouras e prensas, já possuía um engenho de cardar e fiar, uma casa de teares e 6 râmolas de sol.

Após a morte do fundador, a empresa passou a ser dirigida pela viúva, D. Rosa Jacinta de Carvalho Veiga, e pelos filhos (Rafael, José e Manuel), primeiro sob a designação de “Viúva Veiga & Filhos” (1817-1822) e, seguidamente, sob a de “José Mandes Veiga & Irmão” (1822-1829).

Defensores do ideário liberal e partidários de D. Pedro, os filhos de José Mendes Veiga, entre 1829 e 1834, tiveram que exilar-se, tendo então a fábrica ficado a ser dirigida pela mãe, sob a designação de “Viúva Veiga” (1829-1834).

No final da guerra civil, de regresso à Covilhã, José Mendes Veiga (filho) (1792-1872), assumiu a direcção da empresa. Logo em 1834, veio a estabelecer, no convento de S. Francisco, na Covilhã, por um curto período de tempo, um novo engenho de cardar e fiar, movido a energia a sangue (bois), que viria a ser pasto das chamas.

Na segunda metade do séc. XIX, apresentava-se já como uma empresa vertical, tendo-se convertido num dos mais importantes complexos empresariais da Covilhã e do país. Em 1864, o empresário veio a ser agraciado com a Comenda da Ordem de Cristo.

O estabelecimento beneficiou, ao longo do tempo, de alguns privilégios reais, nomeadamente a isenção de fiscalização pelos Juízes e Vedores dos Panos, bem como a utilização, em regime de exclusividade, de diversos métodos, técnicas e produtos, que lhe garantiram as mais competitivas vantagens de produção.

Em 1881, empregava 400 trabalhadores, tinha 2 rodas hidráulicas e uma máquina a vapor e consumia mais de 180.000 Kg de lã.

Em finais do séc. XIX, integrava 14 unidades fabris e algumas escolas de fiação e cardação, dispersas por diversas localidades da Beira Interior, localizando-se as mais importantes na Covilhã, em Unhais da Serra, Pêro Mouro e no Fundão. Esta situação contribuiu para ter sido uma das quatro fábricas covilhanenses escolhidas para ser visitadas, em 6 de Setembro de 1891, pelos reis D. Carlos e D. Amélia, aquando da inauguração da linha de caminho de ferra à Covilhã. À data, os monarcas ficaram alojados no palacete do Refúgio, habitado pelo sobrinho e herdeiro de José Mendes Veiga, o Comendador Marcelino José Ventura (1820-1891). Este, após a morte do tio, passara a dirigir o complexo, sob a designação, que se manteve até 1904, de “José Mendes Veiga & Sucrs.”.

Nos finais do séc. XIX, a fábrica passou a ser gerida pelo 1º Conde da Covilhã, Cândido Augusto de Albuquerque Calheiros (1840-1904), afilhado de Marcelino José Ventura, que nela iniciara a sua actividade industrial, tendo-a mantido até à sua morte.

Seguidamente, foram numerosas as firmas ocupantes deste imóvel, até ao seu desmantelamento, em finais do séc. XX. De entre elas destacam-se “António da Cruz Inácio”, “Ramiro e Fazendeiro, Lda.”, “António Maria das Neves & Irmão”, “João Lopes Bola, Sucrs”, “Fiandeira Têxtil da Covilhã, Lda.” e “Alberto Roseta & Irmãos, Lda.”.

Vicissitudes várias afectaram este complexo, de que se destaca, em 1895, o desmoronamento de diversas áreas, na sequência de um forte temporal, que provocou graves inundações na ribeira da Goldra e atingiu várias outras unidades fabris. De igual modo, nas duas primeiras décadas do séc. XX quatro grandes incêndios (em 1904, 1915, 1916 e 1919) atingiram o imóvel. Após as necessárias reconstruções, dois outros incêndios, ocorridos nos anos 60 e 90, conduziram à sua desactivação definitiva.

Em 1997, a Universidade da Beira Interior adquiriu o complexo com o objectivo de o transformar na sede do Museu de Lanifícios e nele instalar o Núcleo Museológico da Industrialização e o Centro de Documentação/Arquivo-Histórico dos Lanifícios. Após as cuidadas obras de remodelação, nele encontra-se preservada uma área arqueológica, bem como uma valiosa colecção de máquinas, equipamentos e documentos que constituem os verdadeiros alicerces da história dos lanifícios da Covilhã, da Beira Interior e do próprio país.

 

Elisa Calado Pinheiro in Notícias da Covilhã

Blog de Paulo de Jesus

Em 1970, quando do centenário da Cidade da Covilhã, a maior fadista de todos os tempos Amália Rodrigues imortalizou o fado Covilhã Cidade Neve.

07.09.16, Memórias

cccccccccccccc.jpg

1970

“Covilhã Cidade Neve”, tema imortalizado pela Amália Rodrigues com letra de Joaquim Pedro Gonçalves e música de Nóbrega e Sousa

Covilhã cidade neve
Fiandeira alegre e contente
És o gesto que descreve
O passado heróico e valente

És das beiras a rainha
O teu nome é nome de povo
És um beiral de andorinha
Covilhã tu és sangue novo


De manhã quando te levantas
Que briosa vais para o tear
E os hermínios tu encantas
Vestem lã para te namorar

E o pastor nos montes vagueia
Dorme à noite em lençóis de neve
Ao serão teces longa teia
Ao tem bem que de longe te escreve

Covilhã cidade flor
Corpo agreste de cantaria
Em ti mora o meu amor
E em ti nasce o novo dia

Covilhã és linda terra
És qual roca bailando ao vento
Em ti aura quando neva
Covilhã tu és novo tempo

Autor da letra: Joaquim Pedro Gonçalves

Autor da música: Nóbrega e Sousa

mc-1970-17 (1).jpg

selo 1.jpg

selo 2.jpg

 

Vídeos da Recriação Histórica comemorativa dos 125 anos da chegada do comboio à Covilhã

07.09.16, Memórias

Diversos vídeos sobre o acontecimento

 

14232622_1227522810653446_8057075981113878418_n.jp

 

 

 

Comboio chegou há 125 anos à Covilhã

O município da Covilhã assinalou esta terça- feira, 6 de setembro a inauguração da linha da Beira Baixa, com a recriação da inauguração da linha pelos reis D. Carlos e D. Amélia em 6 de Setembro de 1891.

Os reis D. Carlos e D. Amélia voltaram a desembarcar na Estação de Caminhos de Ferro da Covilhã, 125 anos depois. Mais de 200 figurantes recriaram o momento histórico junto à estação ferroviária da Covilhã, numa iniciativa que contou com a parceria da Infraestruturas de Portugal, CP, Fundação do Museu Nacional Ferroviário e várias associações locais.

Depois de voltar a desembarcar na Covilhã, o "rei D. Carlos" aproveitou para lamentar o facto de, tal como há 125 anos, a ligação da Covilhã à Guarda, ainda não ser uma realidade. "Há 125 anos quando aqui estive, a inauguração para a linha da Guarda esperava-se dentro de alguns meses, demorou três anos, e agora, passados 125 anos, é com algum desalento que verifico que a linha para a Guarda continua fechada, mas acredito que dentro em breve vai abrir". Tendo sido rei por um dia, o diretor da rede municipal de museus considera "muito gratificante ter mostrado a toda esta gente, a todos os covilhanenses como se viveu há 125 anos, a bênção que foi o progresso, e acho que no fundo conseguimos desenvolver sentimentos de pertença, conseguimos valorizar uma memória coletiva". Carlos Madaleno lembra que "o grande objetivo era a reconstituição, aliás, o Rei e a Rainha não são só figurantes, houve também, enquanto Coordenador dos Museus e a Rainha Coordenadora do Arquivo Municipal, coube a eles também esta organização, esta coordenação deste evento e acho que conseguimos o objetivo, por isso foi muito bom".

A iniciativa "foi com a solenidade que a recriação merecia, com o aplauso e com a participação do povo e das agremiações do concelho da Covilhã que aqui vieram, no fundo, tentar reproduzir aquilo que aconteceu há 125 anos atrás", considera o presidente da autarquia covilhanense. "Acho que é um momento único, é ímpar, e diz muito da nossa pegada cultural no concelho da Covilhã", reforçou Vítor Pereira.

Quanto às tão esperadas obras de requalificação da Linha da Beira Baixa da Covilhã à Guarda, o autarca lembrou o anúncio feito no passado mês de julho. "Era só para avançar em 2018, é lançado concurso ainda este ano, as obras muito provavelmente na Primavera estarão a arrancar, o que significa que para o ano, nesta altura do ano já estarão numa fase avançada e isso é para nós motivo de contentamento e esperança, porque esta requalificação é para nós fundamental para o nosso desencravamento".

Sublinhando que se trata de "uma questão de fazer justiça com a Covilhã, com este eixo Covilhã – Guarda", Vítor Pereira reforça que "é fundamental para as nossas acessibilidades, em termos das nossas populações, das mercadorias, deste corredor que é o acesso à Europa, porque temos aqui ao lado a principal porta de saída que é Vilar Formoso e estamos neste momento sem acessibilidade ferroviária a essa mesma fronteira e isso vai deixar de acontecer assim que as obras estejam terminadas".

Por outro lado, o edil admitiu ainda a falta de conforto dos passageiros. "Nós já temos também neste momento muita população, muita gente que se desloca à Covilhã por via ferroviária, e a verdade é que neste momento quer os covilhanenses que se deslocam de um lado para o outro, quer quem nos visita, enfim, queixa-se que o material circulante não é condizente com a já requalificada linha até à Covilhã". Vítor Pereira garantiu que esta será, também, uma reivindicação da autarquia às instâncias competentes.

- See more at: http://www.urbi.ubi.pt/pag/15595#sthash.d9R0qOf1.X04WT2aV.dpuf

Pág. 2/2